E meu riso brota outros sorrisos

Aposentei todas as muletas

Joguei aos abismos bolorentos

tudo que me anestesiava

Aposentei tudo sem direito à aposentadoria!

Aposentei!

Aposentei tudo!

Joguei tudo nos submundos cinzentos e insossos

Joguei tudo nos subsolos pulverizados pela fuligem da caretice vulgar dos olhares tortos enviesados

Sim, joguei tudo fora !

Sim, aposentei

Joguei tudo fora !

FORA ! FORA ! FORA !

Todos as próteses que me arruinavam por dentro

Aposentei todas as rédeas

Todas as regras

Todos os cabrestos

Solapei todos os muros

Todas as cercas foram detonadas

FORA !! FORA !! FORA !!

Todos os absurdos que me assombravam o sono

Sim !! Quebrei todas as correntes que deterioraram a minha mente

sem deixar rastros de algum retorno

Sim ! Quebrei tudo !

Sim ! Quebrei tudo !

Sim e sem mais medos

Sim e sem mais segredos

Sem e sem mais penúria

sem lamúrias

Sim a meu riso que brota outros risos

como afluentes vieses leveza !

como afluentes vieses da poesia do cotidiano que canta os seus versos sujos pela busca da inteireza com seus caminhos de Boniteza !

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 20/08/2024
Reeditado em 20/08/2024
Código do texto: T8133307
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