E meu riso brota outros sorrisos
Aposentei todas as muletas
Joguei aos abismos bolorentos
tudo que me anestesiava
Aposentei tudo sem direito à aposentadoria!
Aposentei!
Aposentei tudo!
Joguei tudo nos submundos cinzentos e insossos
Joguei tudo nos subsolos pulverizados pela fuligem da caretice vulgar dos olhares tortos enviesados
Sim, joguei tudo fora !
Sim, aposentei
Joguei tudo fora !
FORA ! FORA ! FORA !
Todos as próteses que me arruinavam por dentro
Aposentei todas as rédeas
Todas as regras
Todos os cabrestos
Solapei todos os muros
Todas as cercas foram detonadas
FORA !! FORA !! FORA !!
Todos os absurdos que me assombravam o sono
Sim !! Quebrei todas as correntes que deterioraram a minha mente
sem deixar rastros de algum retorno
Sim ! Quebrei tudo !
Sim ! Quebrei tudo !
Sim e sem mais medos
Sim e sem mais segredos
Sem e sem mais penúria
sem lamúrias
Sim a meu riso que brota outros risos
como afluentes vieses leveza !
como afluentes vieses da poesia do cotidiano que canta os seus versos sujos pela busca da inteireza com seus caminhos de Boniteza !