DESTINO
O destino vive a jogar com a vida da gente
Nos rouba, nos engana, faz a gente chorar
Leva quem a gente ama assim de repente
E a sorte inclemente faz a gente perguntar
Se vale mesmo a pena se batalhar tanto
Pra que pôr o barco n'água se vai naufragar?
Pouquíssimas alegrias, tantos motivos de pranto
E os nossos encantos a vida teima em roubar.
Mas não se pode parar, a vida quer movimento
E a gente dribla o destino, esconde o sofrimento
Aborta nossos sonhos na labuta do dia
A gente esquece a ternura, aprende a dizer não
Engole o amargor, faz das tripas coração
E pra não perder a ilusão, escreve outra poesia.
*Escrito há vários anos atrás, quando minha mãe faleceu.