Adoecer – O fenecer da alma

Moribundo, encontro-me em chagas pungentes

Corpo e alma doentes, graças a imoralidade

Das pompas à iniquidade, do sorriso à morte

Que com sua foice, se fez minha consorte

Meus passos, trôpegos e sorumbáticos

Meus gestos outrora emblemáticos, não vigoram

Deterioram e afastam os afetos, consumindo

minhas entranhas o enxame de insetos

Adoecido, minh’alma morre, desfalece

Minha tez pálida esmorece em repulsiva expressão

Contorcida em abjeta possessão

Tentando ludibriar o fatídico fim que me espera

Minha alma se desespera, luta em romper a veste carnal

Mas, enlaçado pelos anjos do mal

Ferina lâmina aguça caminho em meu ser

E aos poucos, paulatinamente, fenecer

Eduardo Benetti