Cotidiano

Morreu mais uma flor,

Se foi uma criança,

É isso… Mais nada!

Menos uma esperança,

Mais uma madrugada;

O amanhã é novidade…

Manhã cedo na cidade

Faleceu um motorista,

Era pai da Catarina,

E Marido da Joana.

Foi deslizando na pista,

Chocou-se na caravana.

Naquele dia, a tarde,

Foi a vez do João:

Saindo da faculdade,

Um assalto, pura maldade!

E estendido no chão

Por lá deixou saudade…

Ana, ninguém sabia,

Era mãe de três:

Saia de casa às seis,

Trabalhava noite e dia,

Descanso não tinha vez!

Foi abusada, foi covardia…

Onde está a novidade?

Em nós, nesses versos,

Que diante da verdade

Dessa pobre realidade,

Vivemos tão dispersos

Ignorando o perverso

- Habituados a humanidade…