domingo

essa moleza

morna

enfurece-me a cólera do roubo;

a imobilidade do ar irrita-me as lacrimais

e um berro emerge da água azul-clorada

que agita-se inerte

a similhança duma infância

crava as fendas róseas da minha pele

e a placidez ri-se de mim

à luzcopa duma árvore caem folhas

o inverno seco tem um quê de outono

e quando senta alguém ao pé do barranco

a esguelhar os serpenteios

enfurece-me a amarga cólera do furto

Alê Ramponi
Enviado por Alê Ramponi em 18/08/2024
Reeditado em 18/08/2024
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