domingo
essa moleza
morna
enfurece-me a cólera do roubo;
a imobilidade do ar irrita-me as lacrimais
e um berro emerge da água azul-clorada
que agita-se inerte
a similhança duma infância
crava as fendas róseas da minha pele
e a placidez ri-se de mim
à luzcopa duma árvore caem folhas
o inverno seco tem um quê de outono
e quando senta alguém ao pé do barranco
a esguelhar os serpenteios
enfurece-me a amarga cólera do furto