O que era forte

O que era forte

Tornou-se frágil

E despencou cru

Na tórrida madrugada

Onças pardas

Pareciam sossegadas

Nas florestas imensas

Pisando flores e insetos

Depois veio

O tempo dos homens

E tudo que era cruel

Tomou outra dimensão

Agora é assim

Onça só o couro

Da bolsa de quem

Puder pagar

Nem as flores

Nem os insetos

Nem as pegadas

Ficaram como marcas

De outro tempo

Tudo agora é assim

Distúrbio fumaça

Crimes notícias

Aço ferro breu

Ninguém quer

Mesmo saber

O que o outro

Por acaso sofreu

É só curiosidade

Para depois

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Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 16/08/2024
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