ESSA BOBAGEM DE AMAR

Linda

Educada

Uma flor

Proibida de amar

Dezoito anos

De vida pura

Límpida

Como é da fonte a água

Apaixonou-se

Pelos olhos oblíquos

do poema

Rabiscado no bilhete

Sem permissão

Desobedeceu seguir

A rua escura

Dos velhinhos brutos

Por amar sucumbiu

Às facadas

Cerrou os olhos

Definitivamente

Assim preferiu ela

E as Sharifas

Jamilas

Saliqas também preferem

Desobedecem

Não querem os velhinhos

Brutos e donos de baús

Elas buscam o amor

Enfeitam-se

Desenham nos olhos

As linhas do destino

Marcam o definitivo local

São punidas

Pelas próprias famílias

Por ousarem

Conhecer um beijo sentido

Que ninguém diga

Que não amaram

Conheceram a liberdade

Num único e derradeiro beijo

Elas choram

Arrancam-se os cabelos

Amedrontadas

Ao verem os brutos à noite

Alguns perguntam

Por que preferem a noite eterna

As moças lindas

Flores proibidas de amar

São rebeldes

Arriscam a vida por amor

Mesmo que lhes sejam proibidas

E punidas as paixões

Dalva Molina Mansano

12.08.24

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 16/08/2024
Código do texto: T8130429
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