pó (revisado)
é uma fresca noite de verão na casa onde nasci
e eu estou vivo.
o adocicado das damas-da-noite
(remetem um amigo
o qual deveria amar mais)
o cricrilar dos grilos
(como na casa azul onde meu avô —
que pós eu nascer, morreu —
ia à praia)
minha sombra
(existo)
vejo-os
e tão logo
esvoaçam.
é uma fresca noite de verão e as estrelas cintilam
e por detrás delas
olhos —
ou não bem olhos
senão minha pupila
e que é pupila? —
olham
sardônicos
riem.
"ha!"
que são?
que sou?
quê?
...
e 'inda 'sim
calo as estrelas
calo teus dentes
cintilantes—
calo-te!!
olhos castanhos
qual heras
prendem-me à terra
ameaço esvoaçar
e encontro-te
e você é a fonte única da qual bebo a vida
e eu trocaria toda eternidade por teu beijo.
mas que sequer é isso?
"ha!"
...
ri-se
sorri-se?
se sorri-se
sorri-mo!
se sobrança
estremeço.
se ri-se?
...
sobranço.
ri-se?
ri-se??
ri-se???
...
ri-se
ri-se!
ri-se
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
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rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
rio
as damas da noite