Margens
A margem do meu corpo
Escorre um rio, um rio frio, cauteloso
Um rio sem, de nome ninguém
Eu canto para esse rio, bebo de suas águas
A margem da minha alma
Um deus faz morada, um deus azul
Como as águas de um rio meu
Esse deus ri o tempo todo de mim
A margem dos meus olhos
Mora um sonho, um sonho de moço
Cresce em mim desde menino
Eu homem velho e muito antigo
A margem das minhas mãos
Passa um rio de nome deus azul
Por onde escorre meus sonhos todos
Por onde corre meus mortos desejos
Milton Antonios
16ago/2024