AQUI SENTADO
AQUI SENTADO
Aqui sentado
O nada me faz companhia
Um livro me embevece
Um sol me aquece
Pouca gente passa
Na calçada miracema
Um meio silêncio no ar
Uma azaleia carregada de flores
Umas em broto outras morrendo
Um poste carregado de fios
Levando trazendo mensagens
As quais nem idéia faço
Uma rolinha pousada
Caga descontraída
Passa um raro bom dia
Um cão na coleira
Mais uma vez um poste
Agora a serviço do cão
Uma lixeira vazia
Na rua lixo no chão
Zoeira de crianças
Vindas da escola
Momento saudade
De tempos passados
Invadem sentidos
Já meio amortecidos
Pelo passar dos anos
Em que o respirar
Ainda faz sentido
Despeço-me do quadro
Vou a meu quadrado
Escrever é preciso
Tessitura sensível
Do cotidiano em poesia