AQUI SENTADO

AQUI SENTADO

Aqui sentado

O nada me faz companhia

Um livro me embevece

Um sol me aquece

Pouca gente passa

Na calçada miracema

Um meio silêncio no ar

Uma azaleia carregada de flores

Umas em broto outras morrendo

Um poste carregado de fios

Levando trazendo mensagens

As quais nem idéia faço

Uma rolinha pousada

Caga descontraída

Passa um raro bom dia

Um cão na coleira

Mais uma vez um poste

Agora a serviço do cão

Uma lixeira vazia

Na rua lixo no chão

Zoeira de crianças

Vindas da escola

Momento saudade

De tempos passados

Invadem sentidos

Já meio amortecidos

Pelo passar dos anos

Em que o respirar

Ainda faz sentido

Despeço-me do quadro

Vou a meu quadrado

Escrever é preciso

Tessitura sensível

Do cotidiano em poesia

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 16/08/2024
Código do texto: T8130100
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