Acenos do subsolo

Beijados por aqueles que retornam

Invisíveis na paisagem

Acalentando as árvores

Eles estão lá, viventes

No estômago da Terra de onde vieram e voltaram

Fundidos, novos minerais de um mesmo substrato

Ossos, ouvidos, material sacro

Soldados se curvam às lembranças

Não de rifles, o último movimento de suas costas

Mas do esboço dos sonhos arrancados de suas cabeças e pés

Resta: o aperto das mãos que não se desgarra

Eles vivem, obras esperando a peça que falta

Hortas surgem de suas articulações

O boi pasta sobre seu novo conjunto de átomos

E nós, Sísifos, a plantar batatas

Esparramando nossos torsos pelo chão

Colhemos os frutos do seu amanhã

A grama que cobre você, verdeja em mim