Elegia a Nietzsche
Estou cansado!
Cansado da hipocrisia que insiste em me apresentar
um mundo perfeitamente correto.
Cansado do tic-tac do relógio
no seu interminável fuso sem mudanças!
Eterno retorno, ciclo da vida que se repete!
Cansado dessa pirâmide social autofágica,
decadência dos valores.
Quero fugir da miopia de planície,
que não me deixa ver o depois!
Quero ousar voar!
E em cada voo, renovar a vontade de poder que queima em mim.
Estou cansado!
Cansado de valores que nem sei se valem.
Cansado da massificação nossa de cada dia,
cansado dos super-heróis inventados para mim,
personificando o que não sou!
A Sala da Justiça, seus valores e heróis não me satisfazem!
Mascarados, a esconder desilusões!
Quero desconstruir o que sou!
Estou cansado das respostas metafísicas às minhas certezas!
É preciso queimar o que fui e,
na têmpora, forjar o que serei,
nova Fênix, livre a voar!
É preciso coragem para quebrar o que está trincado,
despedaço ilusões que me forjavam!
Deixo os cacos do que fui,
num imenso vazio, me reencontro!
Como a Fênix, me lanço no abismo,
em busca do que quero ser!
Descubro a liberdade nas asas que rasgam a escuridão.
Voando, renasço,
sem amarras, sem máscaras,
um novo ser, forjado na tempestade do inconformismo.
Novas constelações surgirão!
Novos marcos para meu voo.