O homem e a máquina
O homem e a máquina
Cardoso I
Ao acordar esta madrugada,
Refleti sobre a inercia
De se manter parado.
Estarrecido, questionei
Com minha própria imaginação,
O sentido da vida.
E me coloquei como exemplo,
De como as coisas realmente podem ir contra o tempo,
Contra mão,
A favor da solidão.
Meu eu nesse instante,
Dissipou-se pra mais longe,
inútil,
Frágil,
Sem serventias.
Em outros tempos, até que era diferente,
Mais comunicativo,
Prestativo
Mais potente.
Mas, agora são outros quinhentos,
Esquecido,
Enfraquecido,
Abandonado,
A própria sorte e ao mal tempo.
A maré começou mudando,
Após as mãos irem envelhecendo,
E os olhos enfraquecendo com o tempo,
Processo natural,
Não para o mercado,
Que faz seleção artificial.
Por fim, as maquinas venceram,
Fui substituído,
Esquecido,
Subestimado,
Os anos de serviços apagados.
Agora sou eu ,
Numa casinha qualquer,
Um recanto de idosos,
Um labirinto de fé,
Refém das memorias
E saudoso de vastas historias.
As maquinas vençeram,
Estamos todos sendo trocados,
substituidos,
Enfraquecidos
E apagados.