Quando eu me perdi

A onda lavou meu pé

Levou tanta coisa

Tanto que nem notei

Fui arrastado

Já não era o menino

Que brincava na praia

Mas alguém naquela multidão

Sendo cada vez mais puxado

São tantos caldos

São tantas ondas

Puxam nossos pés

Quebram nossas cabeças

Alguns morrem

Vemos seus corpos na praia

Jogados e esquecidos

Comidos por caranguejos

Lembro d'eu ali na areia

Construindo grandes castelos

Jogando bola

Podendo brincar

Alguém de vermelho gritou

Mergulhar ali era perigoso

A onda te puxa

A onda te engole

Seguimos todos molhados

No vai-e-vem das marés

Onde nos permitem estar

Até a água nos afogar

Rafael Fermiano
Enviado por Rafael Fermiano em 13/08/2024
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