Céu de concreto

Chuva e sol se alternam em ciclos incertos,

Tudo tão novo nada velho

Cimento e ruído cobrem vossos caminhos

O trabalho esgota, a esperança se esvai.

Rosas murchas, pálidas como a neve, cor de minha pele.

Música estridente, sem sequer uma melodia.

O anoitecer sem estrelas, sem leveza,

E os pássaros emudecem, sem suas penas.

Eu me afogo em um mares de incertezas, Sem rumo, perdido em tempestade

Meu corpo se dissolve, feito areia.

Camaradas, escutai meu apelo:

Não vos transformeis em vasos frágeis.

Sejamos argila, moldados as mãos do tempo.