PÁTRIA E LINGUAGEM
Desvirgino o verso
como quem sabe dos segredos:
Pátria, amada alma
em que mora a doce inocência.
Alucinante é a linguagem dos que amam.
Na permanente canção do tempo
nem o temor das perdas.
A liberdade se auto desenha,
alegre dama da noite, dos cubículos
das favelas, fanal doido, que mesmo triste
inscreve arabescos por onde passa.
O espiritual sussurra nos violões. Empolgados,
dias luas estradas cochicham poesia.
Olhos fixos no céu de esperanças, a nação
é a trincheira dos encontros. Cantemos.
Motivos somos nós mesmos, ideias, sombras
cristais de emoções espargindo o frescor
de esmeraldas auriverdes do nada.
Do cais maduro fogem (oxi)gênios
do rio às escuras, larvas luminosas,
mudas vivências, turvo aquário
em que se aprende a nadar silêncios.
MONCKS, Joaquim. CONVERSA DE HOSPÍCIO. Obra revisada, 1997/2024.
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