Eu em mim

O vento no meu rosto! Ventos quentes arejando a minha pele morena indigena arrepiada do êxtase, desse gozo desse agora que eu gosto e que aquece a minha alma ...Ah, esse vento e percorrer meu corpo inteiro, devasso, prostituto desse instante, desse momento sedento, desse gozo que minha alma sente e palpita e trepida como loucura trepidante

Ah, esses instantes de solidão sozinha, essa solidão só minha ! Ela, minha sombra de mim mesmo, escolhida por mim mesmo como testemunha desse agora que destila cores matizando essa estrada reta, vazia, solitária, infinita em mim

Não quero chegada, nem fim e nem final ! Quero esse agora eterno em mim como semente a germinar futuros em flores

Dirijo meu carro com um uma elegância promíscua e com os deuses e deusas e anjos corados com a mesma morenice indígena que doura a minha tez

Meu corpo sozinho quente arrepiado , sentindo os meus poros penetrados pelos átomos desse vento morno quente volátil vadio a me acariciar ...e sinto um prazer descomunal, sem igual, ímpar, singular e sinto o calor das profundezas do universo que me colore nesse instante em que estou nu e mergulhado de corpo inteiro, de alma impregnada desse super gozo desse agora sujo de mim

Cabelão em linha ondulações dançantes regidas pela ousadia desse vento e me degustar em pedaços de mim por inteiro ...

É inefável o que sinto ! É impalpável o sinto !! É inegável o vejo !! Nada de mistério, é tudo ventania que ousa usar a minha pele morena indigena arrepiada da alegria de poder gozar esse agora ! É gozo múltiplo , violentamente belo, violentamente, poético, violentamente estético, violentamente grávido da Boniteza desse existir que me eterniza como passarinho a cantar pra vida livre que rege os seus instantes mirabolante mente sedutor !!!

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Lembro dos tecidos de algodão deslizando a minha pele morena indigena se desafiar as leis da gravidade, sem obedecer os olhares imaginários soturnos e diuturnamente a querer me fazer teleguiado. E fito o horizonte e lentamente tiro a minha camisa e sinto cair pelo braço esquerdo e logo os dedos da mais direita em despedida desse tecido cru de algodão branco, alvo, orgânico !

Sem para os lados olhar, sem preocupação com esses olhares físicos e imaginários sedutores da vida alheia !! Minha vida não é alheia ! Minha vida é minha, só minha, tão só minha

E sem vergonha tirei o primeiro botão

da minha braguilha e fui descendo um a um, calmante, sem medo e sem segredo

Desatei o nó do cordão da minha calça de linho algodão orgânico cru

Puxei o cordão e a calça deslocou - se de mim e caiu no chão . E nu fiquei perante o futuro debulhado nesse presente testemunho de nada . As minhas estradas são sedutoras de poesia ! Quando eu cuecas, elas são brancas, de algodão ...sempre brancas, limpas com cheiro único da minha pela morena indigena!

E nu me vejo com minh'alma lavada, leveza em ritmo leve que me lava a alma .

Nu me vejo eterno indígena descendente de um passado cancelado pelo vislumbre das idiotices que me cercam !

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 10/08/2024
Reeditado em 11/08/2024
Código do texto: T8126115
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