À deriva
Um barco abandonado e esquecido está
Num mar escuro,
À deriva a navegar
Sem farol
Sem porto para atracar
Navega sem bússola
Sem âncora
Sem norte
O barco sou eu!
O mar...?
Solidão!
Suspensas num fio do tempo
Velas frágeis, finas, como um lamento
Já não se enfunam ao vento
Que nelas deixa seu cruel tormento
O barco sou eu!
O mar, solidão
O vento...?
Desilusão!
Condenado a uma vida de sombras espalhadas
Esvaziado de cores e sentimentos
Desidrato em amargas lágrimas derramadas
O barco sou eu!
O mar, solidão
O vento, desilusão
As sombras?
Angústias!
Em meio a esses sentimentos todos,
A forte onda, o sonho levou!
Devo aprender a navegar este meu barco!
O tempo das lágrimas passou.