DESDÉM E LOUCURA

 

Aquela dona por quem tanto chorei,
e que jamais me deu algum sabor,
por seu desdém em dor sempre fiquei,
servindo-a sem nunca sentir favor;
e agora já por ela enlouqueci,
e dá por mi bem pouco, sem primor.

 

E posto que com ela me perdi,
e com seus olhos que me trazem dor,
jamais a fiz saber o que sofri,
por seu sorriso que me roubou a cor;
e agora ando só, sem mais fervor,
pois ela segue em seu caminho, ali.

 

Por sua beleza, que a todos faz louvor,
e seu desdém que me pôs em torpor,
padeço eu sem nunca mais sorrir,
e se por acaso eu a ouvir,
será para em mágoa sempre insistir,
pois dela espero nada, só pavor.

 

Afuá, Pará, Brasil, 8 de agosto de 2014.
Composto por Jayme Lorenzini García.
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