Juventude

Quando moço,

Meus olhos namoravam moças bonitas,

Mas jovens que eram,

Não conseguiam lê-las.

Na mocidade,

Meus olhos sonhavam

Cheios de suspiros quando liam Machado,

E ficavam nus nos poemas de Neruda.

Meus olhos logo esqueceram os romances,

Passaram a sonhar com revoluções

Debruçados em um outubro maquiavélico.

Meus olhos cansaram rápido das ideias em tom vermelho

E sentiram saudades das moças,

Dos romances e de tantos sonhos,

Todos fixados no teto branco do quarto.

Leonardo Ramos

Leonardo Ramos de Almeida
Enviado por Leonardo Ramos de Almeida em 08/08/2024
Código do texto: T8124494
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