Juventude
Quando moço,
Meus olhos namoravam moças bonitas,
Mas jovens que eram,
Não conseguiam lê-las.
Na mocidade,
Meus olhos sonhavam
Cheios de suspiros quando liam Machado,
E ficavam nus nos poemas de Neruda.
Meus olhos logo esqueceram os romances,
Passaram a sonhar com revoluções
Debruçados em um outubro maquiavélico.
Meus olhos cansaram rápido das ideias em tom vermelho
E sentiram saudades das moças,
Dos romances e de tantos sonhos,
Todos fixados no teto branco do quarto.
Leonardo Ramos