Ciclo
Todo caminho leva ao fim
Longe daqui, perto de mim
Hoje sou o que não serei
É certo que eu morrerei
Seguir a nobre correnteza
É força, é fato, é a natureza
Ouvir a voz dos soberanos
Passam reis, sobram anos
O estandarte da minha vida
É canção que segue erguida
Desafio e aponto o dedo
Aquele que tiver medo
Aquele que tiver medo
Aquele que tiver sorte
Contra o punho da morte
Contra as cores do inferno
Contra os ventos do inverno
Contra tudo o que acredita
Contra a fera mais aflita
Contra a solidão feroz
Contra o calar da voz
Contra o olhar estarrecido
Ao erguer-se redimido
Arrancando o segredo
Daquele que tenha medo
Daquele que tenha medo
Daquele que tenha o sim
Contra o não e o enfim
Contra as vontades do rei
Contra o mundo e sua lei
Contra toda brutal vileza
Contra a própria torpeza
Contra os velhos planos
Contra todos os enganos
Contra a dor reprimida
Que sufoca a alma perdida
E desperta tão cedo
Aquele que tiver medo
Aquele que tiver medo
Aquele que tiver porte
Para se tornar mais forte
E seguir ao plano eterno
Nem antigo, nem moderno
Para uma mente irrestrita
Que voa livre e infinita
Sem temer o seu algoz
Desfazendo-se dos nós
Levantando-se florido
Como um jardim querido
Sendo como um arvoredo
Daquele que tenha medo
Daquele que tenha medo