Ciclo

Todo caminho leva ao fim

Longe daqui, perto de mim

Hoje sou o que não serei

É certo que eu morrerei

Seguir a nobre correnteza

É força, é fato, é a natureza

Ouvir a voz dos soberanos

Passam reis, sobram anos

O estandarte da minha vida

É canção que segue erguida

Desafio e aponto o dedo

Aquele que tiver medo

Aquele que tiver medo

Aquele que tiver sorte

Contra o punho da morte

Contra as cores do inferno

Contra os ventos do inverno

Contra tudo o que acredita

Contra a fera mais aflita

Contra a solidão feroz

Contra o calar da voz

Contra o olhar estarrecido

Ao erguer-se redimido

Arrancando o segredo

Daquele que tenha medo

Daquele que tenha medo

Daquele que tenha o sim

Contra o não e o enfim

Contra as vontades do rei

Contra o mundo e sua lei

Contra toda brutal vileza

Contra a própria torpeza

Contra os velhos planos

Contra todos os enganos

Contra a dor reprimida

Que sufoca a alma perdida

E desperta tão cedo

Aquele que tiver medo

Aquele que tiver medo

Aquele que tiver porte

Para se tornar mais forte

E seguir ao plano eterno

Nem antigo, nem moderno

Para uma mente irrestrita

Que voa livre e infinita

Sem temer o seu algoz

Desfazendo-se dos nós

Levantando-se florido

Como um jardim querido

Sendo como um arvoredo

Daquele que tenha medo

Daquele que tenha medo

João V Zibetti
Enviado por João V Zibetti em 03/08/2024
Código do texto: T8120953
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.