O Poeta e a Acrobata

Certo dia vinha pelas ruas passando

Num desses dias que são muito comuns

Um poeta a pensar

Em que palavras usar

Para seu poema mais genial.

Olhava as imagens a vagar

Absorto e alheio

Aos carros que buzinavam.

Em outro, lugar estava

Desafiando o ar

Uma acrobata peralta

Que subia e saltava

Leve

Suave

E encantava todos que por lá passavam.

O destino então

Como um menino brincalhão

Resolveu que um dia

Numa esquina qualquer da vida

Os dois iriam se encontrar.

O poeta distraído

Cabisbaixo por não encontrar palavras

Levantou seu olhar

Viu na leveza da acrobata

Tudo que seu coração queria contar.

A acrobata peralta

Subia em seu tecido

Saltava ao ar

Sorria ao poeta

Que assistia aflito

Erguendo os braços para carregá-la.

Finalmente tinha encontrado

O que há muito procurava

A acrobata brincava de espalhar pelo ar

Tudo que estava escondido,

Contido no poeta

E ela reconheceu em seu olhar

As coisas que só o coração compreende

Que para o amor

Não necessitam palavras.

05/2010

Jaqueline Cristina Sosi
Enviado por Jaqueline Cristina Sosi em 01/08/2024
Código do texto: T8119832
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