Quietude
E calava-se
Como tivesse morto há tempos
O silêncio que podia ser devastador
Era um criador de modos de viver
Viver como estivesse em reza, oração
A palavra não fazia sentido
E sentia-se apenas o silêncio dela
Como uma casa desabitada
Lá vivia ele e seus filhos, mudos
O calor do silêncio
Afagava nossos cabelos
Aquentava nossos pés
Pai falava com os olhos
Nós entendíamos com os olhos
O dialogo era rico em silêncio
Em dado momento o pio do pássaro
O frescor do vento lá fora
Fora de nós, além do pai
Calados ficamos
Ouvindo a selva dos nossos pensamentos.
Milton Antonios
31jul/2024