Covardes com destinos

Escreverei com uma ponta de faca

Sob ameaça aquele eu que não ama a nada.

Por linhas nos pulsos até que se termine uma frase: pela obsessão, paixão, pelo terror.

Chorar amargamente é o meu anseio,

Sentir plenamente a dor da falha é a minha ganância.

No âmago significaria que eu amei algo,

Que eu lutei e acreditei por um absurdo.

Mas agora é tudo sim, sim, pode ser, tudo bem, tanto faz.

Quero pegar pela mão o meu destino

E conduzir segundo a minha vontade,

Ainda que eu o leve a beira de um abismo,

Fui eu quem o levei, ninguém mais!

Fui eu que dei um passo de cada vez para o declínio.

E será eu que sentirá as dores desse caminho e sentirei a felicidade escondida que só encontra quem anda de mãos dadas com o destino.