O Olhar do outro
No palco do mundo, entre olhares, máscaras e papéis,
Crio e reinvento roteiros.
Sou livre, mas a responsabilidade por minhas ações me aprisiona.
Da coxia, reflito sobre minhas escolhas.
O olhar do outro me empodera e amedronta.
Em múltiplos olhares, descubro o que não sou.
As luzes se acendem, subo ao palco revestido daquilo que sou.
Experimento a liberdade em realidades concretas.
Quem me vê, me aprisiona!
Julgando, restringe minha existência.
Não vê minhas realidades.
No improviso da cena,
Despido em meio a tantos olhares,
Fugindo da liberdade que pesa, me escondo.
Angústia e vergonha a me consumirem.
Vertigens de minhas escolhas.
Em meio a cada olhar, como caleidoscópios a me perscrutar,
Interpreto papéis,
No vazio que preciso preencher.
As luzes se apagam!
Daqui a pouco,
Novos olhares,
Novos roteiros.
A vida como uma peça inacabada,
E da coxia, o mesmo ser em busca de significados.