O Olhar do outro

No palco do mundo, entre olhares, máscaras e papéis,

Crio e reinvento roteiros.

Sou livre, mas a responsabilidade por minhas ações me aprisiona.

Da coxia, reflito sobre minhas escolhas.

O olhar do outro me empodera e amedronta.

Em múltiplos olhares, descubro o que não sou.

As luzes se acendem, subo ao palco revestido daquilo que sou.

Experimento a liberdade em realidades concretas.

Quem me vê, me aprisiona!

Julgando, restringe minha existência.

Não vê minhas realidades.

No improviso da cena,

Despido em meio a tantos olhares,

Fugindo da liberdade que pesa, me escondo.

Angústia e vergonha a me consumirem.

Vertigens de minhas escolhas.

Em meio a cada olhar, como caleidoscópios a me perscrutar,

Interpreto papéis,

No vazio que preciso preencher.

As luzes se apagam!

Daqui a pouco,

Novos olhares,

Novos roteiros.

A vida como uma peça inacabada,

E da coxia, o mesmo ser em busca de significados.

Divino Alves de Oliveira
Enviado por Divino Alves de Oliveira em 30/07/2024
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