céu de pedra
No abismo da mente, um céu de pedra,
Onde as estrelas são folhas caídas,
E as pétalas dançam em ventos de solidão,
Tecendo sonhos em troncos de memórias.
A janela da alma se fecha, enigmática,
Versículos inscritos na aurora,
Sussurrando segredos de amor e dor,
Em camadas de folhas, flores e ressentimentos.
O observador, perdido em seu próprio reflexo,
Vê a sombra do pai em cada pedra,
E o eco de brigas antigas ressoa,
Como um vento frio que atravessa o tempo.
As asas da liberdade, quebradas,
Pelo peso de um passado não dissolvido,
A dança dos medos e das frustrações,
Enverga a alma, mas não a quebra.
A casa do coração, construída de ansiedades,
Com janelas que olham para um céu de incertezas,
Onde o sol brilha através de nuvens de dúvidas,
E o amor se oculta em sombras de rejeição.
O sofrimento, uma teia intricada,
De impressões e lembranças,
Onde cada fio é um versículo de dor,
E cada nó, uma ambiguidade não resolvida.
No jardim das emoções, flores de ressentimento,
Crescem ao lado de pétalas de esperança,
E o vento do perdão sopra suavemente,
Tentando desfazer as raízes do passado.
A pedra da memória, pesada e densa,
Carrega o peso de gerações,
Mas nas suas fissuras, brotam flores,
E na sua superfície, dançam sombras de redenção.
O observador e o observado,
Unidos em uma dança de mutualismo,
Onde o céu de pedra se transforma,
E o abismo se enche de luz.
Em cada folha caída, um novo começo,
Em cada tronco, a promessa de florescer,
E nas camadas da alma, a certeza,
De que o amor pode curar até as pedras mais duras.