PAPEL AMASSADO
Alguns versos escritos
Em papel branco da vida
Pouco vivida, amassados
Mais tarde rasgados, como
Um dia ficou meu coração
Alguns versos dedilhados
Na máquina do amanhã
Não acontecido, passados
A limpo todas as manhãs
Dos anos da minha juventude
Alguns versos derramados
Sem dó, nem piedade da alma
Minha, não existe mais temor
Ou vergonha, agora feitos
No relógio da maturidade
Não há mais tempo a perder
Daqui a pouco a noite nublada
Chega a madrugada depois
O dia insone, muito melhor
É escrever, e assim amar...