PAPEL AMASSADO

Alguns versos escritos

Em papel branco da vida

Pouco vivida, amassados

Mais tarde rasgados, como

Um dia ficou meu coração

Alguns versos dedilhados

Na máquina do amanhã

Não acontecido, passados

A limpo todas as manhãs

Dos anos da minha juventude

Alguns versos derramados

Sem dó, nem piedade da alma

Minha, não existe mais temor

Ou vergonha, agora feitos

No relógio da maturidade

Não há mais tempo a perder

Daqui a pouco a noite nublada

Chega a madrugada depois

O dia insone, muito melhor

É escrever, e assim amar...

Consuelo Carvalho
Enviado por Consuelo Carvalho em 28/07/2024
Código do texto: T8116421
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