Violência Sutil

É aquela tênue linha:

Vc não tem marcas na pele,

Onde estão seus machucados?

Você tem uma vida tão boa

Viaja para o exterior...

Tem jóias, muitas roupas...

Coleção de bolsas...

É essa linha tênue...

Que violência você viveu?

Você nunca disse nada...

Não mais me reconheço

Olho-me no espelho e odeio o que vejo,

Vejo minhas feridas,

Meus machucados,

Meus ossos quebrados,

Minha cabeça partida,

Por que ninguém vê?

Somente eu enxergo tudo isso?

Odeio esse espelho!

Preciso derrubar meu castelo

Que aprisiona minha mente

E me enlouquece vertiginosamente

Preciso quebrar os padrões e subverter as regras desse jogo maldito

Do jugo feroz que me alucina

Preciso me libertar do que me castiga

Tirar das suas mãos a chicote invisível

Tirar da sua boca as palavras que ferem

Que alucinam minha mente

Intoxicam o meu ar... meu ser...meu viver

Que literalmente tiram a minha vida

Você me deixa tão pequena

Eu paralizo de medo...

Odeio esse espelho

Odeio o que ele reflete

Todos estão cegos?

Será que enlouqueci?

Ninguém me enxerga?

Não mais me reconheço

Os sinais estão ali, sempre tiveram

Ninguém mais vê, só eu os vejo

É aquela linha tênue...

Você está louca?

Onde estão seus machucados?

Você é uma ingrata!

Deveria agradecer o homem que tem!

Violência sutil que envenena a alma

Preciso me libertar

Quero poder me olhar sem vergonha de mim

Tenho que me valorizar

Devo estar sempre em primeiro lugar

Cansei de tantas correntes,

Olhares velados, furiosos, carregados de ódio querendo matar-me

Vou me libertar, virar borboleta

Não quero causar mais danos a minha psiquê

Palavras não ditas ferem mais que palavras ditas...

É muito sutil, não deixa marcas visíveis

Dói na alma, envenena , te rasga, mata e ninguém vê aquela tênue linha sutil...

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 27/07/2024
Reeditado em 21/10/2024
Código do texto: T8115689
Classificação de conteúdo: seguro