Imaginável
Hoje nem é um dia especial,
Apenas mais um dia como tantos, onde a realidade visceral bate na minha porta e me corrói
É uma dor dilacerante, voraz
Que eu não sabia que existia
É uma dor que se faz presente todos os dias, todas as horas e a todos os instantes...
Ah, que dor cruel que dilacera meu corpo e mata minha alma
Já não vivo, sobrevivo , rastejo...
A realidade é tão desesperadora, tão amarga, tão inclemente
É tudo tão agoniante que sem que eu perceba me encolho tentando reter a dor
Como se eu pudesse me castigar ainda mais
Sentimentos e fortes emoções que me levam sempre para o mesmo lugar
Aquele lugar de lágrimas, de tanta tristeza, de tanta agonia
Como é difícil enfrentar a verdade...me questionar... me enxergar...
É tão atroz lidar com tudo isso que excede a tudo quanto é imaginável...
Tentando me libertar, abraço-me, me acolho, me desarmo...
Procurando curar-me de uma chaga que nunca para de sangrar
Que me atormenta sem piedade e me mata a cada momento
Sinto-me tão castigada, tão fragilizada... tão inerte...
Vou levando o meu lamento, a minha eterna sentença
Vou indo, caminhando, tentando seguir o que se chama minha vida...
E vou vendo tristemente a minha vida em outras vidas ressequidas...
Fico fantasiando, esperando curar essa ferida que nunca cicatriza
Quanto mais procuro me cuidar
Mais exposta ela fica e as moscas rondam por perto
A cena me apavora, já não sei de mais nada
É tudo tão perturbador,
E eu ando tão sensível,
Percebendo o futuro tão palpável em meio a esse caos...
E essa ferida que nunca cicatriza
Que excede a tudo que é imaginável.