EM BUSCA DE UM ABRAÇO
Caminho por entre vírgulas e reticências,
em um mundo onde os pontos finais são medos
e os corações batem na dúvida,
ansiando pelo toque que nunca vem.
Desejo profundo por abraços apertados,
beijos suaves que ecoam no silêncio,
mensagens que confortem a alma,
presentes simples como flores
e doces que adoçam a espera.
Sou o vento que acaricia o rosto,
o aroma que se espalha no ar,
aquela brisa que traz lembranças,
mas também sou o vazio dos braços,
a ausência que ecoa no peito.
Dedico-me aos outros, generosamente,
entrego sorrisos, palavras e gestos,
mas ao receber amor, me retraio,
como uma flor que teme o sol,
medo de murchar sob o calor.
Vivo em um mundo de incertezas,
onde finais definitivos são evitados,
e o amor, sempre presente,
permanece distante,
em uma dança de proximidade e fuga.
Preciso aprender a aceitar,
permitir-me ser vulnerável,
abrir meu coração para o amor,
sentir os abraços apertados,
os beijos suaves,
as mensagens de conforto,
e deixar que os presentes simples
preencham meu ser.
Somente assim, poderei descobrir
a beleza dos pequenos gestos,
o toque do vento,
o aroma dos perfumes,
e viver, plenamente, em um mundo
onde os pontos finais
se transformam em novos começos.