O TEMPO NO VENTO.

Com o tempo fiz um trato no contrato

Que não passasse apressado a voar

No céu azul, quem voa é passarada

Teus pés são terra, poeira e estrada

No movimento do ar em cata-vento

És descoberta, encontro, és chegada

Do poente que ao ocaso deita os dias

Acendes brilhos, ascendes luz, ao luar

Nos tempos idos e perdidos às curvas

És tão Poema, que vento algum apaga

Pelos destinos venta-me teu caminhar

Cujos passos já não consigo alcançar

Se fica o tempo das horas a te esperar

Ventam-me versos e Poesias pelo ar

Retiro o pó das palavras envelhecidas

E sigo só, nessa mania de te inventar.

Elenice Bastos.