NO EXÓTICO MUNDO DAS MEMÓRIAS AFETIVAS
Para onde foi a vaquinha Mococa
que já não muge mais?
Para onde foi o ahhhh do Kolynos
o perfume discreto do Trim
o brilho e a brancura do OMO
as mil e uma utilidades do Bombril
a preferência nacional do Continental
o Danoninho que valia por um bifinho
a Grapete de quem bebe repete
o fazer com carinho da Walita
a coisa mais gostosa deste mundo
que a era a Cremogema
e do Papai Noel voando a jato pelo céu
trazendo o Natal de felicidades
e um ano novo cheio de prosperidade
Ah, que saudade
das alpercatas que não deformavam
não tinham cheiro nem soltavam as tiras
dos quadradinhos embrulhados um a um
do drops Dulcora que meu paladar adora
daquela minha vizinha que não era uma Brastemp
do menininho insistente que queria sua Caloi
da dor que sempre sumia com Doril
da energia que dava gosto do Nescau
do sol da medida certa do Sundown
dos Tostines que vendiam mais
porque eram fresquinhos
da bonita camisa do Fernandinho
do presunto que eu conhecia
na ponta do dedo e na ponta da língua
do tio da Sukita e da voz que continuava a mesma
mas não os cabelos e o creme rinse da Colorama
Sou como um outdoor ambulante
vestido de gente