Que natal?

Naquele dia, tudo foi igual.

Era verão. O mês de Julho ardia.

Faltava pouco para o meio dia.

Girava o mundo. Aconteceu natal.

Chegava por chegar. Eu nem sabia

se vinha por meu bem ou por meu mal.

E nem sabia que era natural

dar vida mesmo a quem não a pedia.

E para sempre assim fiquei perplexo,

olhando em derredor sem perceber

que nexo existe, se é que existe nexo

da força da vontade se exercer

(às vezes um impulso só de sexo)

sobre quem não pediu para nascer.

© José-Augusto de Carvalho

Viana do Alentejo * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 05/12/2005
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