Que natal?
Naquele dia, tudo foi igual.
Era verão. O mês de Julho ardia.
Faltava pouco para o meio dia.
Girava o mundo. Aconteceu natal.
Chegava por chegar. Eu nem sabia
se vinha por meu bem ou por meu mal.
E nem sabia que era natural
dar vida mesmo a quem não a pedia.
E para sempre assim fiquei perplexo,
olhando em derredor sem perceber
que nexo existe, se é que existe nexo
da força da vontade se exercer
(às vezes um impulso só de sexo)
sobre quem não pediu para nascer.
© José-Augusto de Carvalho
Viana do Alentejo * Évora * Portugal