Claraboia do Tempo
Muitas vezes, sozinha, eu me encontro,
me acho, me sei, me conheço melhor
em meu próprio modo de ser, de viver.
É quando pensamentos latentes vêm à tona,
quando o interior desagua
em cachoeiras intermináveis de palavras
que se não me fazem me compreender melhor,
me fazem refletir sobre o meu estar-a-ser...
A alma ornamentada de cores
se atira num bailado interminável
de minhas partituras ao violino.
É quando aquelas pequenas fagulhas de tempo
se acendem ao surgir e embelezam
a noite de estrelas candentes.
Os olhos perscrutam a pequena claraboia
de nossa imensa janela do tempo profundo
e o coração saltita num único ritmo,
num único compasso.
Muitas vezes, sozinha, a alma se encontra,
as pétalas caem uma à uma pela face
enquanto tua fragrância se espalha
em meu coração latente de saudades.