<< O JUÍZO DOS POETAS >>
<< O JUÍZO DOS POETAS >>
No imenso teatro do cosmos, somos meros atores,
Poetas loucos, tecelões de sonhos e dores.
Com plumas de esperança, rabiscamos o papel,
Nossas letras são estrelas, num infinito carrossel.
Quem pode julgar um poeta, que do coração faz morada?
Com palavras como espadas, cortam a dor calada.
Nos recantos do peito, guardamos a sabedoria,
Partículas de sentimentos, em eterna sinfonia.
Sofrer de amor é o fardo que nos cabe,
É a chama que arde, é a luz que nos sabe.
Nas noites solitárias, cantamos à lua,
Nossas almas despidas, numa dança nua.
Ah, se nos entendessem, os corações partidos,
Talvez veriam em nós, os ecos dos esquecidos.
Cada verso é um lamento, cada rima, um clamor,
Somos arautos do tempo, eternos portadores de dor.
Mas há beleza no pranto, há luz na escuridão,
Há uma paz silenciosa, na mais triste canção.
Somos poetas, e isso basta, em nossa loucura singela,
Desenhamos o universo, com a tinta da aquarela.
Quem pode julgar um poeta, que vê além da visão?
Que sente o pulsar do mundo, na palma da sua mão?
Somos loucos, talvez, mas a nossa loucura nos envolve
Somos poetas, no amor que nos define e nos move.
Astir*Carr
Foz do Iguaçu- 18/7/2024