DORMIR

Francisco de Paula Melo Aguiar

Dormir não é o fim da vida

E nem o fim das dores

Da terra nascem as flores

E dos olhos a lágrima fingida.

Assim a morte não é sentida

Não deixa amizades e amores

Sonhando acordado com traidores

E concorrentes d'alma consumida.

A inveja é a pobreza que importa

Enquanto o mundo não desabe

E a riqueza mendiga disso sabe

Tudo perdido com a natureza morta.

Sonhar acordado, quem sabe?

Nascer, viver e morrer no exílio

Para isto não há impecilio

De porta fechada e o mundo acabe.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 22/07/2024
Reeditado em 22/07/2024
Código do texto: T8111989
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