BUSCA

Sai à luta no alvorecer

Mil trilhas caminhei,

com a volúpia da juventude incontida

inconfessos braços abracei,

sem tino busquei as verdades da vida;

Embrenhei-me em densos cipoais,

deparei-me com a falsa premissa

da ilógica felicidade,

andei no limiar da sanidade,

conheci do flagelo os seus sinais,

visão do inferno em precipícios fatais,

senti na ponta da espada a dor da justiça,

chorei mil vezes no colo da impiedade,

refletiu-se o soluço da vã procura

na expressão da maturidade,

parei meu cantar, ribalta escura,

sentei-me na fileira da existência,

meu olhar caiu do pedestal,

rolou no vazio da ausência;

Quais são as “verdades” da vida?

Presa na matéria exangue

carne, osso, sangue,

a alma vem num sopro sofrida

pra viver, ser vivida como tal,

se não existir amor

não questione o Superior

se existir, cultive

o vento me diz: “É assim que se vive”.

Não reclame

Ame.

10/05/07

ANDRADE JORGE