Poesia Cediça nº 3
Das ploriferações momentâneas do amor
Surgem metas transgressoras do nada
Matadouros no fundo da podridão do fervor
Fétida carne de querubim, morte e mal falada
Tratando miúdos apaixonados com sede
Sede do suco do coração amante
Presos como peixes bobos em uma rede
Pecaminosos, a luxúria perceptível no semblante
Traduzindo sentimentos dos miolos etéreos
No dicionário do profético anjo sério
Palavras chamuscadas pelas brasas do ego
Tornando o amante em um corvo cego
Faz-se de morto o Cernuno moribundo
Trazendo dos ágapes e lótus o sereno de lágrimas
Para transmutar a Terra-do-Caos em um belo mundo
O mundo utopicamente afundado em alegrias.