Não mude não

Não mude não, meu amor, não mude não.

Nem se dê o trabalho,

de uma olhada pra dentro,

ou de uma reflexão.

Não sou caranguejo,

mas dessa vez voltei pra trás.

andei de lado,

mudei de posição.

Eu tinha dito pra mim mesmo,

que nunca mais ia escrever nada,

pensando no teu nome,

mas eu tô aqui,

abrindo essa exceção,

retrocedo, meu amor,

mais uma vez

sem remorso pela inspiração,

e se for melhor assim,

jogue toda a culpa sobre mim,

mas por favor, meu bem,

não mude não,

não mude seus passos,

não mude seu jeito

nem suas horas de amar,

precisa não mudar,

nem por você,

nem por mim, que eu não quero,

essa condição

tem hora pra tudo na vida,

até pra questionar,

palavras que nunca viraram ação.

A minha chegou,

mas então, meu bem,

pode dizer pra todos, o quanto me odeia,

mas pelo amor de Deus,

não mude não,

Prego batido, ponta virada,

não me procure mais

nas horas perdidas da madrugada,

que o sono não veio te encontrar,

na solidão,

não me procure nos lugares

onde eu costumava andar,

nem no corpo do próximo,

que atender tua ligação.

E na raiva,

Você pode até largar de lado,

o livro que eu escrevi,

as cortinas que eu fechei,

depois que você saiu do palco,

e os aplausos que te deixei,

pela atuação,

guarde pra você

o que quiser de nós,

enfim,

mas se esse é nosso fim,

pro teu conforto,

por favor,

não mude não.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 16/07/2024
Reeditado em 16/07/2024
Código do texto: T8107948
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