Eu não sou nada

Entre sombras e silêncios me encontro,

Nas frestas do vazio me perco.

Não faço nada, apenas existo,

Como um eco mudo no espaço.

Não mereço nada, penso,

Enquanto o vento leva meus sonhos.

Mas talvez, no fundo do abismo,

Resida uma centelha de esperança.

Não presto pra nada, murmuro,

E o tempo parece concordar.

Mas quem sabe, nas curvas do destino,

Seja possível renascer e brilhar.

Eu não sou nada, concluo,

Um sopro efêmero no universo.

Mas na dança das estrelas e dos astros,

Até o nada tem seu verso.

Nêrilda Lourenço
Enviado por Nêrilda Lourenço em 15/07/2024
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