Eu não sou nada
Entre sombras e silêncios me encontro,
Nas frestas do vazio me perco.
Não faço nada, apenas existo,
Como um eco mudo no espaço.
Não mereço nada, penso,
Enquanto o vento leva meus sonhos.
Mas talvez, no fundo do abismo,
Resida uma centelha de esperança.
Não presto pra nada, murmuro,
E o tempo parece concordar.
Mas quem sabe, nas curvas do destino,
Seja possível renascer e brilhar.
Eu não sou nada, concluo,
Um sopro efêmero no universo.
Mas na dança das estrelas e dos astros,
Até o nada tem seu verso.