Memento
Ainda sinto o calor de teu sorriso outonal,
Um tipo de eco da memória me guia
como uma linha férrea filmada em polaroid
em um pôr do sol interminável,
Como quando criança acompanhava
o teu itinerário pelo portão de casa
vendo por inúmeras vezes
o teu ocaso no horizonte dos meus olhos,
Algum tipo de encanto ancestral me envolve
repelindo a noite de tua existência,
um abrigo morno no lírio de tua voz
reverberando dentro de mim,
O tempo te transformou em templo,
In Memoriam,
Flores na travessia dos mundos,
beleza poética já em outro plano,
Aqui fico com teu lirismo de herança,
veias de bardo pulsando mundo afora,
No palácio das lembranças
sombras de saudade
se infiltram e dilatam os anos,
Futuras ruínas antigas,
apogeu de vidas míticas
acumuladas no coração,
Tua memória será sempre
meu templo,
Teu desvanecer,
um nascer na imensidão.