Baruch de Espinosa (Deus sive natura)
Deus, natureza infinita
Substancial
Minha vida, finita
Um mero modal
Causa em si
Imanente
Causa sui
Independentemente
Deus sive natura
A assinatura do criador existindo em criatura
A natureza e o meu corpo que estabeleceu
Trazemos em si a substância sendo também Deus
Meu corpo que sente
Minha cabeça que pensa
Esses sim são atribuídos
res cogito e res extensa
Bandos, alcateias, fauna, flora
Mares, desertos e vulcões
A imanência de Deus
Em seus modos e modificações
Não haveria como estarmos separados
Padres e rabinos o deixaram excomungado
Castigado e odiado por toda gente
Isolado, o grande filósofo ensinava pintura e polia lentes
A sua pena
Teve um efeito de punhal
A pena com que escrevias com a tinta
E a penalidade que o tirava do convívio social
Os afetos interferem
A minha potência de agir
Alegre ou tristemente
Meu ânimo aumenta e também pode diminuir
A vontade e o apetite
Da minha mente e corpo conservados
A alegria e a tristeza
Montam e desmontam em meu conatus
Uma filosofia libertadora sem amarras
O desespero no quarto pois ninguém aceitara
Embora os ataques, excomunhão e tantas queixas
Vivo a beleza, onde Deus é natureza.