Se fecho a porta do quarto

Deixo uma vida atrás dela.

 

Se a Lua se dispõe

a me dizer boa noite

sorrio educadamente para as estrelas.

 

O que demonstro nesses metros quadrados

é um depósito de poesias

e uma brisa fria que arrepia.

 

Meus versos tratam de feridas,

Mas ficam as cicatrizes.

 

Os momentos felizes

foram mímicas de mim mesmo.

 

Cozinhava as pupilas

Sonhando com noites de inverno.

 

Uma única caneta

Foi vítima da inspiração.

 

Deixei vazar no papel

as ondas que naveguei

e acreditei

ser senhor de minha vida,

Das letras que comandam meu rumo.

 

Perdi o rumo e as letras,

A vida vai, devagarinho...

 

Não libertei a voz contida

nas rosas colhidas.

 

Não faço um inventário do que sou,

Apenas arquivo memórias.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 13/07/2024
Código do texto: T8106270
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