Paciente V.A.N
Ato I
Manicômio
Cardoso I.
Na sala,
No local onde fui criado,
Na escuridão de meus próprios olhos;
Eu me pergunto onde está o meu verdadeiro eu?
Porque eu fui feito assim, como roedor em laboratório
Aprisionado.
Pilulas e poções são os únicos antídotos,
Enquanto levito para longe.
Eu me pergunto quando tudo isso vai ter fim?
Quando irei poder ver a luz dos meus sonhos?
Doutor z diz que será breve,
É apenas um processo para a perfeição.
Consigo ouvir as vozes na parede,
Há outros de mim aqui?
Sirenes altas dizem que é hora de recolher,
Será assim o sentido da liberdade?
Enquanto sou levado para o quarto,
Outros iguais a mim imploram por liberdade,
Todos os médicos riem,
Contendo-os.
Adentro o quarto e mais uma vez sou assombrado por raios e trovões,
Quase sempre reprimindo-me as convicções.
Este é o preço a ser pago?
Eu me pergunto quando irei ver a luz dos meus próprios pensamentos.
No outro dia, bem cedo
Doutor z vem me ver,
Com remédios, sem receios;
Ele diz que sou o paciente V.A.N,
E que logo , todos os medos
Findarao, estarei sã novamente.
Mas,
Talvez esteja em um sonho
E acordar seja difícil.