Antipatia

Vamos chamá-la, benzinho

De erudição

Seu gênio difícil

Um curto pavio

Embolorado, semiaceso

Esterco em terra sem meio

Para te fazer crescer... Que modo de dizer?

(É polissêmico, epistêmico! Como posso não saber?)

As "potencialidades" que o mundo, belo pai

Sabia que não sabia

Que lhe deveria

Paizinho, é melhor descrevê-lo

Não, ainda mais, compreendê-lo

Da mesma maneira oposta

Na qual sua boca e tímpanos

Saboreavam a palavra "trabalho"

Energia, tempo, cognição entregues

À massa de Nada que soerguia seu queixo

Sua compulsão, dose diária de alívio

Sua raiva, reação justificada

Do seu corpo, que se distanciava

Sempre racional, a ordem um ponto final.

A essência da palavra, entretanto, não para

É tempo de desnudá-la.

Convoquemos, também, Mãezinha

Tua querida apaziguadora de infinitos

"Morte", seu errôneo codinome triunfa

Em meio às portas nunca fechadas

Do ato nominável, mas indescritível

De Renascer. Você, resto transitório.

Eu, um monte acabado em punhos cerrados

Autoproclamado, substantivo

Impróprio, mas a cada hora mais comum

Quase - homem, me perfilo

Tão humano quanto possível

Nisto, não jogo eufemismos.