Estas mãos
Estas mãos
Cardoso I.
Estas mãos,
Que agora são calejadas,
Outrora já foram jovens,
Vividas e ousadas;
Carregando sobre si o peso da gloria,
Os anseios do amor,
A força criadora,
O poder de um escritor.
Estas mãos que agora redigem um texto,
Já não mais possuem a mesma potência,
Estão enfraquecidas pelo tempo,
Silenciadas, jamais vencida.
Embora tremulas,
Ainda servem pro ato,
Em que escrever acalma-as de fato.
Estas mãos que agora soam velhas,
Ainda emocionam,
Gente nova e gente velha,
Ainda possuem força,
Para acender uma vela,
Enquanto se prepara para escrever-vos.
Estas mãos, breve serão imortalizadas,
Mas a arte jamais apagada,
Porque elas se apressaram em deixar a vos uma marca.
Estas mãos que agora os saúdam,
Cumprimenta-os acenando,
Antes de apagar-se por inteiras do palco,
O grande palco da escrita.