Quando a palavra quer brincar

Sem mais nem porquê,

Uma palavra me acorda

Querendo brincar.

Sei que nem adianta

Com ela argumentar,

Que palavra tem o frescor

Dos tempos da infância.

Então me levanto

E por ela me deixo levar.

Pergunto: Qual será a brincadeira?

E a palavra diz, toda faceira:

A gente brinca de dizer

O que nunca foi dito.

Depois a gente reinventa o mundo

Trocando os nomes das coisas

No fim do dia, a gente renasce

E brinca e vive e brinca

Até a morte, mãe de todos,

Surgir na janela e gritar:

Entra pra dentro, menina, vem descansar

Nilce Delunardo
Enviado por Nilce Delunardo em 12/07/2024
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