Quando a palavra quer brincar
Sem mais nem porquê,
Uma palavra me acorda
Querendo brincar.
Sei que nem adianta
Com ela argumentar,
Que palavra tem o frescor
Dos tempos da infância.
Então me levanto
E por ela me deixo levar.
Pergunto: Qual será a brincadeira?
E a palavra diz, toda faceira:
A gente brinca de dizer
O que nunca foi dito.
Depois a gente reinventa o mundo
Trocando os nomes das coisas
No fim do dia, a gente renasce
E brinca e vive e brinca
Até a morte, mãe de todos,
Surgir na janela e gritar:
Entra pra dentro, menina, vem descansar