Oxente
Oxente,
Descobriram os mais antigos registros
Escritos de beijo boca a boca, de língua
Na Mesopotâmia – Suméria, Acádia
Nessas partes aí há dois mil e quatrocentos anos
Antes da era cristã.
Ora dá-se!
Os primeiros beijos de língua foram aí nada, rapaz!
Nem nesse tempo.
Que nada, não dá para acreditar nisso!
Não perguntaram aos primeiros humanos africanos
Não perguntaram aos nossos povos originários
Da nossa Pindorama e da nossa Abya Yala
Se perguntassem para a sacerdotisa mais velha
D’algum das miríades de povos d’África
Ela iria contar de algum e alguma orixá inventora
E inventor do beijo de boca, já que é preciso dois
Para se beijarem entre si
Se perguntassem à indígena mais velha ou ao
Pajé, cacique ou indígena mais velho
Ou até ao pesquisador e escritor indígena
Eles iriam contar dos mitos e lendas mais antigos
Da origem do beijo de língua
Remontando até as origens do mundo, do universo
Da nossa Tehoká e da nossa Ibi planeta
Da Abya Yala e da Pindorama onde habitamos.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 14 de fevereiro de 2024