Elegia aos nadhas

minhas asas são de Chita

confusa, impermeável e constante

costumo aguar abismos

meu céu e de sinos

minha caneta gosta de riscos

vivo amarrotada de falhas corretas

não rezo, sou santa ímpar

sofri dias cheia de Evas

agendo Reis para o feriado

invoco vestidos em precipícios

desobedeço ais incansavelmente

gasto horas pintando

todos os meus lados de dentro

cultivo verbos grávida de certezas

expiro como uma saudade

sangro Améns

alcanço horizontes com um pincel

não sou nada além

da minha significância

o tempo é que costuma lapidar destinos

deixar o rio correndo para trás

eu só sinto possibilidades

para meu diário sou Maria

gerei a costela de Deus

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 11/07/2024
Código do texto: T8105028
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