Elegia aos nadhas
minhas asas são de Chita
confusa, impermeável e constante
costumo aguar abismos
meu céu e de sinos
minha caneta gosta de riscos
vivo amarrotada de falhas corretas
não rezo, sou santa ímpar
sofri dias cheia de Evas
agendo Reis para o feriado
invoco vestidos em precipícios
desobedeço ais incansavelmente
gasto horas pintando
todos os meus lados de dentro
cultivo verbos grávida de certezas
expiro como uma saudade
sangro Améns
alcanço horizontes com um pincel
não sou nada além
da minha significância
o tempo é que costuma lapidar destinos
deixar o rio correndo para trás
eu só sinto possibilidades
para meu diário sou Maria
gerei a costela de Deus