A última palmeira em Brasília
A última palmeira em Brasília
Cardoso I.
Eis que a palmeira solitária,
Resolveu se revoltar,
Com as camadas do asfalto
Que insistia em invadir
Cada espaço,
cada lugar;
A pobre da palmeira resistiu como podia,
Viu as maquinas,
Viu os homens,
viu a vida que se ia;
outrora tinha até paz,
quando a globalização ainda era sindicalizada,
mas com essa coisa de ganancia,
os homens, envolveram-se em cada cilada;
aos poucos as arvores se foram,
dando espaço para os prédios,
a família da palmeira,
muito breve foi pro brejo;
Outras da sua espécie,
Foram pegas pela globalização,
No lugar de suas raízes,
Fincou-se a construção;
No fim, resistiu a última das palmeiras,
Inconformada com o destino,
Agora na selva de pedra,
Virou deusa de meninos.
Os turistas adoravam-na,
Sempre a fotografando,
A coitada da palmeira,
Resistiu ao infortúnio;
E dizia a si mesma,
Vou morrer aqui ´plantada,
Confrontando a modernização
Essa gente que não se atreva
a corta meus troncos não!
No fim virou raridade,
A última da sua espécie,
Em Brasília resistia
Na floresta de Oscar Meyer